Conto do sudeste Asiático

Era Uma Vez... dois primos que foram criados juntos, aprenderam a rastejar e a engatinhar juntos, mais tarde a correr, nadar, jogar bola e tudo o que os meninos sempre fazem juntos.
Eram amigos leais e devotados, porém com o tempo foram se distanciando, como acontece até mesmo com os bons amigos e ao saírem pela vida, um deles dedicou-se aos livros, descobriu um certo prazer em aprender e estudou muito. Acabando por triunfar nos exames.
O outro primo resolveu que os livros não eram boa companhia. Faltou muito as aulas para continuar a nadar e jogar bola. Ignorou os deveres e acabou fracassando nos exames.
Como acontece neste mundo, a sorte sorriu ao primeiro que se tornou Conselheiro do próprio rei. O segundo primo acabou arranjando o serviço de remador do navio real.
Um dia o rei e todos os conselheiros reais embarcaram para uma viagem Rio Acima. Sentado sobre um dossel na proa do barco onde a brisa era mais agradável, o Rei e os conselheiros discutiam negócios de estados enquanto o barco seguia. O remador vendo o primo bem à-vontade com a realeza ficou muito abalado, falou:
-Olha só aquele preguiçoso espichado na sombra, enquanto eu fico aqui, moendo os ossos ao sol. - disse para si mesmo continuando a remar - porque ele tem direito de se sentar lá e eu não, afinal nós dois somos criaturas de Deus.
Quanto mais pensava mais furioso ficava.
-Olha só esses palermas - o primo remador começou a resmungar para um outro companheiro remador - intitulou-se conselheiro mas só fica à toa jogando conversa fora, porque aqui nós temos que suar tanto para puxar a carcaça daqueles contra a corrente e isso não é nada justo, eles deviam estar aqui remando também, não somos todos criados criaturas de Deus?
Aquela noite na beira mar, pararam para pernoitar, todos comeram e dormiram. De repente o remador acordou no meio da noite com uma mão muito firme sacudindo-lhe us ombros, era o próprio Rei, que lhe disse baixinho:
-Ouvi um barulho esquisito vindo naquela direção - disse apontando para a terra - não consigo dormir. Não imagino o que seja, por favor vai e descubra, por favor.
O remador pulou fora do barco e subiu correndo para o alto de um morro, voltou poucos minutos depois.
-Não é nada Majestade - disse - uma gata acabou de dar à luz a uma ninhada de gatinhos barulhentos.
-Ah sim - disse o rei - que tipo de gatinhos?
O remador não tinha olhado para os filhotes, correu de novo morro acima e voltou:
-Siameses - disse.
-E quantos são os gatinhos? - perguntou o rei.
Isso o remador também não tinha reparado, voltou lá e contou:
-Seis gatinhos.
O rei perguntou:
-E quantos machos e quantas fêmeas?
O remador correu mais um lá vez para lá.
-Três machos e três fêmeas - quase sem fôlego.
-Está bem - disse o rei - venha comigo.
Foram a pé ante a proa do barco o rei acordou o primo conselheiro do remador.
-Conselheiro eu ouvi um barulho esquisito em cima daquele morro - disse a ele - vai lá e descobri o que é, por favor.
O conselheiro desapareceu na escuridão e voltou um pouco depois, o rei e o primo remador o esperavam.
-É uma ninhada de gatinhos recém-nascidos, Majestade - disse o primo conselheiro.
-Que tipo de gatos - perguntou o rei.
-Siameses - respondeu o Conselheiro.
-Quantos gatos tem?
-Tem 6 gatos.
-Quantos machos e quantas fêmeas? - o Rei quis saber.
-Três machos e três fêmeas, a gata deu à luz dentro de um barril revirado, logo depois de chegarmos, esses gatos pertence ao Prefeito do Vilarejo, ele espera não ter incomodado vossa Majestade e convidou a escolher um dos gatos para criar, caso esteja precisando de um animalzinho real de estimação.
O rei olhou para o remador.
-Sabe, eu ouvi seus resmungos hoje cedo, e sim, concordo que todos somos criaturas de Deus, mas todas as criaturas de Deus tem um trabalho executar, precisei mandar você quatro vezes à praia para obter as respostas, o meu Conselheiro foi uma vez só, e é por isso que ele é meu Conselheiro e você fica só com os remos do barco.

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