Monólogo da chuva
Olá! Eu sou a chuva...
Minha função, minha razão de ser, minha condição de existência é cair. Se eu não caísse seria nuvem, vapor e não seria chuva.
E posso dizer, eu caio. E posso dizer ainda, eu caio e tu te enxugas. Geralmente os homens não gostam de mim, dizem "aborrecido como a chuva" o que não impedem de dizer também uma chuva benfazeja".
Todos os seus julgamentos são portanto cheio dessas contradições, quando não me vêm durante oito dias, eles me chamam em altos gritos, se apareço e me demoro umas 3 ou 4 horas eles que já tem o bastante e maldizem. E seu presente era que eu caísse de noite, mas a chuva não é tão tola como eles, para cair ela não precisa interrogar. Além disso eu só caio quando me agrada.
Os homens são inferiores à chuva, em todo sentido. Ninguém pensará em negar, por exemplo, que o mais forte de entre eles não esteja debaixo dela.
Outra prova, a ação de cair é geralmente considerada por tudo quanto é gente, como acidente e quase sempre um homem que cai, se machuca. O cair para mim é um prazer, quanto mais forte caio, mais contente estou, quanto de mais alto me precipito, mais benefício eu presto.
Eu sou um dos raros objetos que não podem parar de cair. Outro tanto que eu saiba, só podem dize-lo o granizo e a neve. E ainda assim estes dois concorrentes não tem a minha tenacidade, nem a minha paciência. O Dilúvio proporcionou-me os mais belos 40 dias de minha vida.
A chuva não é tão boba quanto os homens pretendem. Ela conhece também os encantos dos sonhos e da poesia, melhor talvez que os poetas mais sutis. Ela sabe viver nas nuvens melhor que eles, sabe atenuar as feiuras da terra.
Não há só grossas chuvas, há chuva as finas, chuvas neves, chuvas penetrantes e também chuvas poderosas, torrenciais ou diluvianas.
Todos sabem que o homem mais robusto não pode lutar por muito tempo contra mais fraca chuva e que neste duelo inegável ele é logo transpassado.
A menor chuva encharca em alguns instantes um gigante, deixando-o numa sopa e o guerreiro mais valente surpreendido pela chuva cai, não tem outro remédio senão fugir ou buscar qualquer abrigo.
O homem que inventou a armadura para se proteger das espadas iradas e a blindagem para se proteger contra os canhões, com certeza inventou o guarda-chuva para se proteger da chuva, ora a armadura e a blindagem raramente são atravessados, ao passo que a chuva transpassa com o tempo o mais sólido guarda-chuva.
Se me agradar posso cair sobre forma de alabarda, melhor que isso se me dá na telha, posso escurecer o sol, coisa estranha, posso fazer quando caio em torrentes, que os homens não conseguem ver nenhuma gota, a chuva ainda é mais boba que os homens inteligentes.
Os meteorologistas mais eminentes, nunca serão capazes de prever com segurança a vinda ou durabilidade da chuva. Quando não chove dizem é por causa da seca, e daí está a razão porque a chuva é muda. Quando chove dizem que isto é obra de uma diferença de densidade e de uma de pressão barométrica e que durará enquanto isso durar.
Os maiores sábios são além disso os mais corteses com a chuva, estes constroem pluviômetros para me receber.
Não podendo impedir que ela caia medem.
Quando chove muito forte o mais famoso meteorologista, o mais que tem a fazer é ir para casa. Pode-se dizer então de todos os modos que a chuva mete a ciência no chinelo.
Tenho meus vapores, minha alma conhece as crises tempestuosas, como uma criatura viva, eu me acalmo, redobro de violência, teimo, persisto, duro, interrompo-me, abrando-me, passo.
Se eu quero posso ser brutal, bato nas vidraças e chicoteio, lavo os vidros. Às vezes vou até ao crime: afogo sementeiras, arruíno as alvenarias, imundo caminhos, faço enchentes. Empano os rios e insito os Ribeiros, aos mais graves transbordamentos. Tenho horas em que sou músico, canto deliciosamente nas folhas dos Bosques.
Também sou pintora, jamais artista encontrou cores mais brilhantes que as que me seguem para iluminar o meu corpo o meu cartão de visita: o arco-íris.
Sou de uma força pouco comum pois basta uma pequena chuva para abater um grande vento. Sou excelente dona de casa, lavo os passeios, limpo as ruas, enxaguo os telhados.
Sou higienista de Nova Escola: limpo a atmosfera, purifico o ar, saneio o solo, abato os micróbios flutuantes e os germes mórbidos em suspensão.
Sou a providência das horas e a fada dos Jardins.
Sou a hidroterapia botânica, sou a ducha das ervilhas o tubo da saladas e o banho do morangueiro sou o amigo dos caramujos, dos patos, das rãs e dos cocheiros, sou cúmplice das pessoas que entram em casa com atraso, sou a causa sou efeito: sou pretexto e sou a desculpa.
Enfim sou um elemento... de alegria, pois quando chove tudo se diverte.
E posso dizer, eu caio. E posso dizer ainda, eu caio e tu te enxugas. Geralmente os homens não gostam de mim, dizem "aborrecido como a chuva" o que não impedem de dizer também uma chuva benfazeja".
Todos os seus julgamentos são portanto cheio dessas contradições, quando não me vêm durante oito dias, eles me chamam em altos gritos, se apareço e me demoro umas 3 ou 4 horas eles que já tem o bastante e maldizem. E seu presente era que eu caísse de noite, mas a chuva não é tão tola como eles, para cair ela não precisa interrogar. Além disso eu só caio quando me agrada.
Os homens são inferiores à chuva, em todo sentido. Ninguém pensará em negar, por exemplo, que o mais forte de entre eles não esteja debaixo dela.
Outra prova, a ação de cair é geralmente considerada por tudo quanto é gente, como acidente e quase sempre um homem que cai, se machuca. O cair para mim é um prazer, quanto mais forte caio, mais contente estou, quanto de mais alto me precipito, mais benefício eu presto.
Eu sou um dos raros objetos que não podem parar de cair. Outro tanto que eu saiba, só podem dize-lo o granizo e a neve. E ainda assim estes dois concorrentes não tem a minha tenacidade, nem a minha paciência. O Dilúvio proporcionou-me os mais belos 40 dias de minha vida.
A chuva não é tão boba quanto os homens pretendem. Ela conhece também os encantos dos sonhos e da poesia, melhor talvez que os poetas mais sutis. Ela sabe viver nas nuvens melhor que eles, sabe atenuar as feiuras da terra.
Não há só grossas chuvas, há chuva as finas, chuvas neves, chuvas penetrantes e também chuvas poderosas, torrenciais ou diluvianas.
Todos sabem que o homem mais robusto não pode lutar por muito tempo contra mais fraca chuva e que neste duelo inegável ele é logo transpassado.
A menor chuva encharca em alguns instantes um gigante, deixando-o numa sopa e o guerreiro mais valente surpreendido pela chuva cai, não tem outro remédio senão fugir ou buscar qualquer abrigo.
O homem que inventou a armadura para se proteger das espadas iradas e a blindagem para se proteger contra os canhões, com certeza inventou o guarda-chuva para se proteger da chuva, ora a armadura e a blindagem raramente são atravessados, ao passo que a chuva transpassa com o tempo o mais sólido guarda-chuva.
Se me agradar posso cair sobre forma de alabarda, melhor que isso se me dá na telha, posso escurecer o sol, coisa estranha, posso fazer quando caio em torrentes, que os homens não conseguem ver nenhuma gota, a chuva ainda é mais boba que os homens inteligentes.
Os meteorologistas mais eminentes, nunca serão capazes de prever com segurança a vinda ou durabilidade da chuva. Quando não chove dizem é por causa da seca, e daí está a razão porque a chuva é muda. Quando chove dizem que isto é obra de uma diferença de densidade e de uma de pressão barométrica e que durará enquanto isso durar.
Os maiores sábios são além disso os mais corteses com a chuva, estes constroem pluviômetros para me receber.
Não podendo impedir que ela caia medem.
Quando chove muito forte o mais famoso meteorologista, o mais que tem a fazer é ir para casa. Pode-se dizer então de todos os modos que a chuva mete a ciência no chinelo.
Tenho meus vapores, minha alma conhece as crises tempestuosas, como uma criatura viva, eu me acalmo, redobro de violência, teimo, persisto, duro, interrompo-me, abrando-me, passo.
Se eu quero posso ser brutal, bato nas vidraças e chicoteio, lavo os vidros. Às vezes vou até ao crime: afogo sementeiras, arruíno as alvenarias, imundo caminhos, faço enchentes. Empano os rios e insito os Ribeiros, aos mais graves transbordamentos. Tenho horas em que sou músico, canto deliciosamente nas folhas dos Bosques.
Também sou pintora, jamais artista encontrou cores mais brilhantes que as que me seguem para iluminar o meu corpo o meu cartão de visita: o arco-íris.
Sou de uma força pouco comum pois basta uma pequena chuva para abater um grande vento. Sou excelente dona de casa, lavo os passeios, limpo as ruas, enxaguo os telhados.
Sou higienista de Nova Escola: limpo a atmosfera, purifico o ar, saneio o solo, abato os micróbios flutuantes e os germes mórbidos em suspensão.
Sou a providência das horas e a fada dos Jardins.
Sou a hidroterapia botânica, sou a ducha das ervilhas o tubo da saladas e o banho do morangueiro sou o amigo dos caramujos, dos patos, das rãs e dos cocheiros, sou cúmplice das pessoas que entram em casa com atraso, sou a causa sou efeito: sou pretexto e sou a desculpa.
Enfim sou um elemento... de alegria, pois quando chove tudo se diverte.
Desconheço o autor
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