O Elefante

Dizem que os elefantes nunca esquecem os fatos que marcam suas vidas. Em 1989, o pesquisador norte-americano Peter Davis estava de férias no Quênia, depois de se graduar em Harvard. Em uma caminhada pela savana encontrou um bebê elefante que estava com uma pata levantada e já havia sido abandonado pela mãe e pela manada, pois já não podia caminhar. Peter se aproximou, mas o elefante estava furioso e estressado. Mesmo assim Peter conseguiu examiná-lo e encontrou um grande pedaço de madeira enfiado na sola da pata. Cuidadosamente Peter conseguiu remover o pedaço de madeira. 

Neste momento o elefante vagarosamente colocou a pata no chão e olhou nos olhos de Peter por tensos segundos, que mais pareciam horas. Peter ficou congelado, pensando que ia ser atacado. Depois de um certo tempo o elefante emitiu um som bem alto, virou-se e foi embora, provavelmente em busca de sua mãe e da manada. 

Peter nunca esqueceu o elefante e aquele dia especial. Vinte anos mais tarde, precisamente em 23 de maio de 2009, Peter estava passeando pelo zoológico de Chicago com seu filho adolescente quando eles se aproximaram da jaula dos elefantes. Uma das criaturas se virou e caminhou para um local próximo, onde Peter e seu filho Cameron, de apenas 15 anos, estavam. 

O grande elefante encarou Peter, como há vinte anos atrás, levantou sua pata do chão e abaixou por várias vezes, emitindo um alto som enquanto encarava o homem. Todos ao redor correram em desespero, pois imaginaram que o forte e poderoso animal pudesse romper a barreira das grades e atacá-los. Nesse momento, Peter segurou a mão de seu filho, relembrou do encontro em 1989 e reunindo toda sua força e coragem, escalou a grade e entrou na jaula. Andou diretamente até o elefante e o encarou nos olhos, como que retribuindo o olhar daquele marcante momento na savana. 

O elefante emitiu um som bem alto. Peter sorriu e abraçou-o com a ternura de um pai que abraça o filho. Neste momento o elefante enrolou sua tromba envolta de Peter com um abraço de gratidão.

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