Preste Atenção

Numa tarde, depois do trabalho, voltava eu distraída, pelo caminho, cheia de pensamentos e tarefas a serem realizadas quando chegasse em casa. Estava andando por uma rua e de repente esbarro em um senhor que vinha no sentido contrário.
-Desculpe-me, senhor.
-Que isso, eu que peço desculpas - disse o senhor.
-Não, não, eu é que estava distraída e bati no senhor, me desculpe.
Deixei o ocorrido pra lá. Segui para casa e chegando nela fui preparar o jantar, estava atrasada e logo fui fazendo tudo às pressas, eis que meu filho chegou atrás de mim, parou, e eu:
-Sai moleque, não me atrapalhe, não vê que estou preparando a comida, sai logo, vá brincar lá fora, não me atrase mais.
Ele sai de cabeça baixa, com o seu coraçãozinho partido pela minha agressividade, e eu de tão apressada nem percebi o que fiz com ele.
A noite quando deito em minha cama para dormir, sinto-me incomodada, o sono não vem, quando ouço a voz de Deus:
-"Então, com um estranho desconhecido na rua você é tão cortes e educada, e dentro de casa , com seu filho você é tão estúpida. Levante-se e vá até a porta da cozinha, veja que lá tem flores, rosas, vermelhas, amarelas. São lindas não são? Seu filho iria dar para você, mas você não deixou nem que ele lhe falasse uma palavra, você não viu mas ele saiu com lágrimas nos olhos, você com seus afazeres tão importantes nem percebeu."
Levantei-me, e fui até a porta, vi as flores, lindas, peguei e fui para o quarto de meu filho, ajoelhei-me aos pés da cama e pedi que ele acordasse, lhe mostrei as flores e perguntei se eram as flores que ele ia me dar.
-Sim, mamãe, eu as encontrei no jardim e trouxe, porque elas são tão lindas quanto a senhora, e sabia que a senhora ia ficar feliz com elas.
Entre lágrimas, abracei meu filho e lhe falei:
-Fiquei muito feliz, obrigada, e me perdoe por ter sido tão grossa com você aquela hora que estava atrás de mim.
-Tudo bem, mãe, eu te amo mesmo assim!
-Eu também te amo meu filho! 
 
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