A onça, a anta e o macaco
A Onça, a Anta e o Macaco voltam, alegres, de um jogo de bolas de gude contra outros animais da floresta.
Sentam-se no chão e a onça entrega à anta uma sacola cheia de bolinhas.
Onça: Vamos ver quantas bolinhas a gente ganhou daquele Tamanduá otário. Anta você conta e divide.
Anta: Deixa comigo.
Então a Anta começa a repartir as bolinhas em três partes iguais.
Onça: O que você está fazendo?
Anta: Tem quinze bolinhas, no total. Estou dividindo em três. Deus cinco bolinhas para mim, cinco para o compadre Macaco e cinco para a senhora dona Onça.
A Onça levanta-se furiosa.
Onça: O QUÊ?!
Anta: Quinze dividido por três, cinco, ué...
Onça: Isso lá é divisão que se faça, sua anta?
Anta: Mas... mas...
A Onça parte para cima da Anta, que sem entender, apavorada, a Anta cai morta de medo.
Onça: Bem feito, hoje minha janta vai ser carne de anta... - olha para o macaco - Divida você! Por dois!
Tranquilamente o Macaco recolhe as bolinhas, junta todas e retira apenas uma para si.
Macaco: A senhora dona Onça pode ficar com o resto...
Onça: Vai ficar só com essa, seu Macaco? - pergunta um pouco suepresa.
Macaco: É uma divisão... justa, senhora dona Onça.
Onça: Tô gostando de ver... E desde quando você aprendeu a dividir tão bem assim?
Olhando desolado para o corpo da anta morta.
Macaco: Desde que a comadre Anta, aqui, partiu desta para melhor...
Moral da história: A desgraça de uns pode servir de lição a outros.
José Carlos Aragão
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