Vamos celebrar enquanto é tempo

O rei da província chinesa de Iuna sentenciou a morte seu primeiro ministro.

Naquela tarde, os soldados marcharam até a casa do ministro e o cercaram. Disseram que ele estava em prisão domiciliar e que o rei ordenara seu enforcamento às 6 horas da tarde. 

Era o aniversário do ministro e os amigos dele estavam reunidos na sua casa porque tinham organizado um jantar aquela noite. Também tinham contratado um grande músico que acabara de entrar na casa com sua vina, a atração musical estava prestes a começar. Depois de ouvir as palavras dos Soldados o músico ficou nervoso e deixou de lado sua vina, os amigos do ministro também ficaram consternados e a esposa começou a chorar. Mas o ministro disse:

- Até às 6 horas temos muito tempo, o músico terá tempo de tocar uma de suas peças, nosso rei fez a gentileza de mandar me enforcar só as seis. Porque parou de tocar a Vina? Porque estão todos tristes? Ainda falta muito para o relógio marcar 6 horas vamos continuar festejando.

Os amigos perguntaram:

- Como vamos desfrutar do nosso jantar?

O músico perguntou:

- Como posso tocar a Vina? A situação não é propícia para se tocar em uma música.

O ministro, que estava à beira da morte começou a rir ele disse que situação poderia ser mais favorável.

- Vou morrer hoje às 6 horas não é justo que eu ouça a música antes disso? Não é justo que eu me divirta com meus amigos? Só tenho que me despedir a seis, por acaso não é justo que eu veja meus amigos e transforme a minha casa em um salão de festas?

Os membros da família disseram:

- A situação não é apropriada para se tocar a Vina ou celebrarmos com um jantar.

O ministro insistiu:

- Pode haver ocasião mais apropriada já que só tenho que dizer adeus às 6 horas porque não posso me despedir ouvindo música? Porque Não posso celebrar com meus amigos não é justo que esta casa seja um lugar de celebração? Não é justo que meus amigos se lembrem para sempre dos momentos finais, do meu último adeus.

Então a Vina continua a tocar naquela casa, eles continuaram o jantar mesmo que as pessoas e os músicos estivessem tristes e preocupados. A notícia chegou aos ouvidos do Rei, que foi até lá pessoalmente para descobrir se o primeiro-ministro tinha ficado louco. Quando chegou à casa do ministro, ouviu o som da Vina, viu os convidados que tinham se reunido para festejar, quando o rei entrou na casa e viu o ministro sentado ali, alegremente, perguntou:

- Você ficou maluco? Não recebeu a notícia de que vai morrer na forca às 6:00 da tarde?

O ministro disse:

- Sim, recebi, e foi por isso que decidimos celebrar ainda com mais alegria, não podemos diminuir a alegria só porque às 6 horas eu tenho que ir, decidimos celebrar com grande alegria até às 6 horas para que os últimos momentos da minha vida sejam lembrados para sempre por todos que estão aqui!

O rei disse:

- É absurdo enforcar alguém assim não posso condenar a morte alguém que sabe viver. Retiro a sentença não é correto matar uma pessoa tão adorável.

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